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A equipa da Lusitânia, com a preciosa ajuda dos seus leitores, encontrou na primeira tiragem alguns erros tipográficos. Fica desde já a promessa de que serão corrigidos em impressões futuras.
Também devido a isto, decidimos reformular o modo como será feita a revisão dos textos nas próximas edições. Cada obstáculo é, afinal, uma lição.
Gostaríamos de apresentar as nossas desculpas pelo sucedido e esperamos que nos acompanhem neste projecto, ajudando-nos a fazer não só mais, mas também melhor.
E foi ontem no Fórum Fantástico, o lançamento oficial da Lusitânia. A equipa juntou-se quase toda e alguns autores também marcaram presença numa tarde maravilhosa de convívio. O coordenador Carlos Silva tomou a palavra e apresentou as linhas gerais do projecto que ganhou agora vida.
É com muita alegria que dizemos que conseguimos esgotar a primeira encomenda feita à gráfica mas que mais estão para chegar e estamos à vossa espera para arrancar com a próxima Lusitânia.
Em nome de toda a equipa deixo aqui um grande obrigado pela vossa presença e esperamos encontrar-vos mais vezes.
Até lá:
Participem. Leiam. Divulguem.
Na realidade, se a sua queixa não fosse tomada por absurda, provavelmente iria apresentar um manifesto contra os pombos à Câmara Municipal, visto que era por causa deles que se encontrava agora apeada em frente à Basílica. A palavra “ironia” passou de lampejo na sua mente, mas Maria Adelaide era uma bruxa prática e não vivera até à idade que tinha por perder minutos com coisas com as quais não se devia perder tempo.
A lança passou a zumbir pela sua cabeça, enterrando a ponta de ferro num pinheiro ao seu lado, mas ele não parou. Corria como o vento, sem hesitar, sem abrandar, e sem olhar para trás uma única vez. Os seus pés, envoltos em simples sandálias de couro, e as pernas nuas, desprotegidas pela túnica simples que envergava, desbravavam o mato abundante que crescia por entre as árvores, dilacerando-se nos silvados e arbustos espinhosos.
Josefa mexia a massa dos sonhos enquanto ouvia a madeira a crepitar na lareira. Sentada num banco junto ao lume, apoiava a bacia no regaço, girando lentamente a massa sedosa e brilhante. Naquela altura do ano, a última tarefa a fazer, quando pouco faltava para a meia-noite, era a massa dos sonhos. Uma tarefa cuidada e sempre feita pela anciã da família. Lembrava-se em catraia de ver a bisavó a fazê-lo, depois em moça a sua avó, uma mulher alta com olhos azuis e um puxo impecavelmente feito no topo da cabeça. Depois dela, quando já era uma mulher feita e casada, a sua mãe. Com ar muito mais débil e frágil, sempre doente e triste.
Já podem adicionar o nosso primeiro número às vossas listas do Goodreads (aqui).
Mostro-vos hoje um bocadinho do que vão poder ler neste número da Lusitânia.
O uivar dos cães não alertou ninguém naquela noite – hábito dentro das aldeias, o aviso não chegou à compreensão de qualquer ouvido. O meteorito entrou pela atmosfera, desintegrando-se e espalhando-se sobre os socalcos, permitindo aos microrganismos que se unissem às bagas das uvas prontas a vindimar. Não conheciam aquele planeta, mas parasitas como eram, tal não os influenciaria. Aprenderiam e alargar-se-iam, obedecendo ao instinto que lhes ordenava a sobrevivência.
O interior pegajoso da uva servia para os seus propósitos. Satisfeitos, os parasitas acomodaram-se – e esperaram.
É verdade, vamos estar no Fórum Fantástico para o lançamento do primeiro número da Lusitânia. Será no próximo dia 24 de Novembro, pelas 14h40m.
Estão curiosos? Podem consultar o programa aqui.